terça-feira, 7 de junho de 2011

Sobre o Autor do Blog



Fernando M. Fernandes, Prof de Ed. Física nomeado pela Prefeitura Municipal de Alvorada, lotado na EMEF Herbert José de Souza.

quarta-feira, 1 de junho de 2011

Atividades de Destaque

Atividade 1 - No dia 01/06 iniciou-se o 2 Trimestre na rede Mun de ensino de alvorada, na aula de educação Física iniciei do trimestre com os Paradesportos, previstos como conteúdos didáticos a serem trabalhados: Goalbol, Fut5 e Futsal. As fotos a seguir ilustram início da atividade com o trabalho de percepção viso-manual.
     Após desenvolvimento de atividade teórica trabalhadas e contextualizadas em sala, propondo como didática apresentação de Vídeos e abordagem oral das percepções, partimos para as atividades práticas. O mais interessante nesta atividade é que está expressa nas fotos, a felicidade na prática da atividade mesmo sendo uma experiência nova para os alunos.

                                           











Atividade 2 - Vídeo de aula de educação Física flexibilizada para aluno Deficiente Físico
 Este vídeo foi produzido em uma das minhas aulas realizadas na Rede Regular de Ensino, este menino foi meu primeiro desafio na rede. Tínhamos muitas coisas em comum, entre elas fazemos aniversário no mesmo dia. Nunca tive dificuldades de adaptar minhas aulas para deficientes, acredito que o ambiente onde o professor está inserido é um fator limitador da prática docente, que era basicamente a característica desta escola. E com muito trabalho e profissionalismo consegui mudar a concepção de inclusão praticada na rede.
 





EMEF HERBERT JOSÉ DE SOUZA

quinta-feira, 19 de maio de 2011

Vídeo que expressa o ideal de uma SOCIEDADE de FATO PARA TODOS





REPAGINANDO A EDUCAÇÃO ESPECIAL: CONTEXTUALIZAÇÃO DAS MUDANÇAS AO LONGO DA HISTÓRIA NO BRASIL

           Para contextualizarmos as mudanças na Educação Especial ao longo da história no Brasil, é fundamental entendermos o caminho percorrido anteriormente e aprendermos com ele.
         Por isso, organizamos uma entrevista com professores que atuam em Educação Especial e posteriormente analisamos suas respostas.
        Conforme respostas obtidas, os professores observam que nas escolas há mudanças significativas rumo à inclusão de alunos com necessidades educacionais especiais. Acreditam que o ensino é construído na pluralidade, envolvendo todos os segmentos da escola e da sociedade.
        Consideram que as pessoas com necessidades educacionais especiais são aquelas cujas dificuldades de aprendizagem se originam de deficiência ou comprometimento físico ou psíquico que necessite de suporte e apoio especial para que obtenham sucesso na aprendizagem.
        Amaral (em Buccio e Buccio 2008), refere que a sociedade se orienta pela  homogeneidade entre as pessoas e isto reflete na escola. Os educadores vêem a totalidade da pessoa de forma equivocada, reduzindo-a a sua deficiência e atribuindo a ela uma ineficiência global.
        Conforme Skliar (2003), a deficiência não é uma questão biológica, mas cultural. A deficiência não é um problema dos deficientes e / ou de suas famílias e / ou dos especialistas; está relacionada à idéia de normalidade e à sua história.
       Devemos considerar ainda que, quando se trata da pessoa com necessidades especiais, o preconceito e o estigma estão presentes. Ela é rotulada com base em padrões de pessoas ditas “normais”, sem se levar em conta que são diferentes e apresentam outras necessidades e capacidades. Isso quer dizer que quem se afasta demais dos critérios da normalidade é alvo de “correção” ou é excluído.

        Quando questionados sobre suas experiências com as pessoas fora dos padrões pré-estabelecidos pela sociedade, os profissionais entrevistados disseram que é um desafio, mas não tem tido dificuldades no seu trabalho, pois o encaram de forma tranqüila, buscando sempre aperfeiçoar-se para tal.
         Observamos que nem sempre tem sido assim. Os professores em geral, queixam-se muito das dificuldades encontradas no dia-a-dia no trabalho com alunos que apresentam necessidades educacionais especiais. Sentem falta de apoio da rede de ensino, de material didático-pedagógico, de formação em serviço e de valorização profissional.
         Na opinião dos entrevistados, incluir é atender as diferentes demandas da sociedade. Integrar áreas do conhecimento, onde as disciplinas são formas de pensar a realidade, chegando à sistematização do saber.
         Para Sassaki (em Buccio e Buccio 2008), os princípios norteadores da inclusão baseiam-se em aceitar as diferenças individuais, valorizar cada pessoa e conviver com a diversidade humana.
         Sabemos que para incluir é necessário aceitar as diferenças, valorizar o indivíduo e a diversidade humana, pois estas oportunizam nosso crescimento como cidadãos  e  como sociedade.
        Ao perguntarmos se é possível tornar uma escola inclusiva, os entrevistados colocam que sim, desde que seja repensada a Proposta Político-Pedagógica da escola. É indispensável, também o apoio técnico especializado e formação continuada para os professores.
        Segundo Buccio e Buccio 2008,
                                 Para a educação inclusiva, é preciso haver práticas  pedagógicas adequadas em todas as áreas do conhecimento, levando-se em conta, também, itens como material adaptado, redução do número de alunos em sala de aula, apoio especializado, etc.

         Com relação as mudanças que são mais significativas, os entrevistados destacaram capacitação dos profissionais e currículos adaptados às necessidades dos alunos, trazendo com isso maiores possibilidades de recursos educacionais.
Segundo Herrero (2000),
             Para se conseguir uma maior participação do aluno a fim de     se compensar em suas dificuldades de aprendizagem, devem-se realizar os ajustes ou as adaptações necessárias no currículo normal da série. Além disso, as necessidades especiais desses alunos devem ser atendidas ou focalizadas na concretização do currículo em todos os níveis, seja no projeto curricular, na formulação do plano de aula ou mesmo nas adaptações inseridas em função do aluno em particular.

       Observamos que nas escolas que trabalham com adaptação curricular onde há flexiblização do currículo, ocorre uma grande diminuição da ansiedade do professor em sala de aula; pois sabe que terá o tempo necessário para desenvolver os conteúdos e este fato faz com que a aprendizagem ocorra de forma mais tranqüila para o aluno.    
        Nas escolas pesquisadas, o processo de inclusão de alunos com necessidades educacionais especiais tem sido gradativo, pois estas estão se estruturando para receber estes educandos com adaptações físicas e curriculares. Já encontramos nestas instituições alunos com comprometimento físico (locomoção e fala) e deficiência mental. Além de participar da turma de ensino regular, freqüentam também o laboratório de aprendizagem em turno inverso.
        De acordo com Minetto (2008),
 é necessário conhecer o aluno para depois definir suas       necessidades...É necessário verificar o que ele consegue fazer sem auxílio e quais são os aprendizados que ele já tem. ... nenhuma criança chega à escola sem saber nada. 

        Respondendo sobre as maiores dificuldades encontradas para trabalhar com alunos com necessidades educacionais especiais, os professores destacaram o grande número de alunos por turma, falta de apoio técnico especializado, falta de conhecimento didático-pedagógico nesta área, avaliação dos alunos e também falta de interesse de alguns em buscar novos conhecimentos.
        Como facilidades, citaram que com o maior aprofundamento  teórico que se faz necessário, há uma maior qualificação que leva a um olhar diferenciado e aprende-se a conviver com as diferenças e respeitar o outro.
        Para organizar o trabalho pedagógico em sala de aula, alguns professores elaboram atividades e dinâmicas diferenciadas; mas é um processo lento. O professor terá que repensar suas práticas, após conhecer bem seus alunos.
        Para Minetto (2008),
         a inclusão impulsionará melhorias na qualidade de ensino e de     aprendizagem, quando houver por parte da escola como um todo (professores, diretores, orientadores, pais) uma adequação, uma capacidade de “ousar ser diferente”.

       Temos visto que quando o conteúdo de sala de aula é apresentado de forma simples, dinâmica e criativa, toda classe se beneficia, participa e aprende com mais facilidade.
        Nas escolas em que foram realizadas adaptações curriculares, estiveram envolvidos, segundo relato dos entrevistados, professores e equipe diretiva da escola.
        Segundo Minetto (2008),
           a decisão de modificar ações pedagógicas e alterar o currículo    deve ser tomada por uma equipe e nunca somente pelo professor... deve contar com a participação ativa de toda a equipe técnico-pedagógica da escola, assessoria externa e dos pais.

        Falando sobre adaptações de grande ou pequeno porte, os professores de uma escola colocam que já foram feitas modificações na estrutura física e curricular, como também  conseguiram parceria com uma equipe técnica especializada para atendimento de seus alunos. Em outra realidade escolar, as mudanças estão por vir, pois a escola busca primeiro referencial teórico sobre o assunto.
        Conforme Minetto (2008),
                      Para alguns profissionais pode haver uma grande distância   entre teoria e prática. Entender teoricamente as concepções que embasam as adaptações curriculares, após algumas leituras e debates pode parecer simples, mas sair do papel para ação exige muito mais que boa vontade, requer, com certeza, persistência, ousadia, criatividade e fundamentalmente uma visão crítica sobre a diversidade.

        Ao responderem sobre quais os elementos do currículo que foram modificados em suas escolas, os entrevistados relatam que “a caminhada para a inclusão foi lançada, necessitando de mais algum tempo para se efetivar, enfocando o desenvolvimento global do educando”. Enquanto que em outra escola está havendo uma revisão do Projeto Político-Pedagógico para posteriores modificações.
        Nas escolas pesquisadas, os registros das modificações realizadas no currículo, estão sendo estruturados através de fichas para  acompanhamento dos alunos.
        Vemos que é importante registrar todo trabalho que é realizado e os resultados obtidos com os alunos ao longo do tempo; os objetivos e metas devem estar bem definidos e claros. Devem ser anexados a uma pasta contendo toda a caminhada do aluno; seus progressos e dificuldades. Esta pasta o acompanha em toda sua trajetória escolar.
        Conforme Minetto (2008), “A organização deste material deve incluir os elementos básicos do currículo: conteúdos, objetivos, metodologia e avaliação”.
        Além do aspecto legal do registro, este ainda tem a função de dar visibilidade ao que foi construído pelo aluno, ao longo de sua escolarização. Suas habilidades e potencialidades ficam bem claras. Este retorno é muito importante tanto para a escola, como para a família do educando que consegue observar seu progresso.
        Com relação aos cursos de formação continuada para os profissionais que atuam com alunos com necessidades educacionais especiais, os professores responderam que estão tendo a oportunidade de participar de  palestras, cursos e debates sobre inclusão; o que  tem sido bastante proveitoso. Em outra realidade escolar são oferecidas formações através da rede municipal de ensino, mas muito ainda precisa ser estudado, discutido e melhorado para que a inclusão destes alunos realmente aconteça. Estes alunos devem ter aprendizagens significativas e não apenas ganhos em sua socialização.
        Segundo Minetto (2008),
                   A busca constante de conhecimento e a formação continuada tornarão o professor mais crítico e assim, mais capacitado a tomar decisões e posicionar-se diante as mudanças da atualidade. Conhecer a legislação dará mais capacidade de ação ao professor.    




CONCLUSÃO

        Apesar do assunto não ser novidade para a grande maioria, as ações para efetivar o processo inclusivo são muito recentes.
        Observando os relatos dos professores entrevistados, vimos que profissionais que trabalham em redes escolares diferentes, mantém uma visão semelhante sobre inclusão. Para incluir é necessário planejamento, material didático-pedagógico, apoio técnico especializado e enfrentar os desafios que se colocam à nossa frente diariamente.
        Conforme orientações do MEC para as escolas inclusivas (2005), vemos que várias ações podem ser feitas para efetivar a inclusão de alunos com necessidades educacionais especiais na escola regular.
        A criação de escolas integradoras, que atendem a um grande número de alunos nas zonas rurais e urbanas, requer a formulação de políticas claras e decisivas de integração e um adequado financiamento.
        Nosso papel como profissionais da educação especial é de facilitar este processo de inclusão. Entre as ações possíveis, destacamos:
  • Sensiblizar professores, administradores e comunidade escolar, demonstrando que alunos com necessidades especiais “possuem os mesmos direitos..., de vir a ser adultos que desfrutem de um máximo de independência, e sua educação deverá ser orientada nesse sentido, na medida de suas capacidades”.
  • Lembrar que o currículo deve ser adaptado às necessidades das crianças e não o contrário. Então as escolas deverão oferecer opções curriculares para alunos com habilidades e interesses diferentes.
  • Fomentar, junto com os gestores escolares, atitudes positivas da comunidade escolar para com os alunos com necessidades educacionais especiais, lembrando que todos são responsáveis pelo seu êxito ou fracasso.
  • Incentivar e realizar pesquisas sobre práticas de inclusão que foram bem sucedidas, tendo o cuidado de registrá-las e divulgá-las.
  • Participar de palestras, fóruns, debates e cursos de capacitação e formação continuada de professores, promovendo mudanças de concepção de homem e sociedade.
  • Publicar estudos e experiências de inclusão, que tenham obtido resultados significativos.
  • Realizar parcerias com serviços de apoio especializado para atendimento dos alunos, quando necessário.
        Desta forma,  construiremos junto com a comunidade escolar uma caminhada segura e desafiadora dentro de uma proposta de educação inclusiva.